Centenário do Nascimento de Ilse Losa

Ilse Losa nasceu há cem anos.

Escritora portuguesa, autora essencialmente de literatura infantil, nasceu numa aldeia perto de Hanôver, na Alemanha, a 20 de março de 1913, e faleceu a 6 de janeiro de 2006, no Porto.

Devido à sua ascendência judaica, foi perseguida pela Gestapo e teve de abandonar o seu país. Chegou a Portugal em 1934 (ano em que Hitler chega ao poder), radicando-se no Porto, cidade que se torna o seu refúgio e que a vê crescer como escritora. Casa com o arquiteto Arménio Losa e adquire a nacionalidade portuguesa.

Colaborou em várias edições periódicas como O Diabo, Gazeta Musical e de Todas as Artes, Seara Nova, Vértice, Colóquio/Letras, Portucale, Jornal de Letras. Traduziu, para português, vários escritores de língua alemã (Brecht, Max Frisch, Adolf Himmel, entre outros) assim como o dinamarquês Andersen, e, para alemão,vários autores portugueses. 

A simplicidade com que exprime angústias passadas e presentes, com especial menção para o sentimento de se reconhecer estrangeira e estranha quer no espaço natal quer na pátria adotiva, estabelece uma continuidade com a escrita para crianças, domínio a que dedicou uma obra extensa, distinguida, em 1984, com o Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil. O seu primeiro romance, O Mundo em que Vivi (1949), conta a história de uma jovem judia que passou parte da sua infância com os avós. Rose vive no tempo da Alemanha Hitleriana e, como é judia, é perseguida pelos nazis. O livro relata o nazismo de um forma inocente, pois é visto aos olhos de Rose, uma criança.

Do conjunto das suas obras, destacam-se ainda Sob Céus Estranhos (1962); Na Quinta das Cerejeiras (1984 - Prémio Calouste Gulbenkian) e Caminhos Sem Destino (1991).

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