quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma nova palavra

Hoje, dia 21 de Março, é dia Mundial da Poesia.

Partilhamos um poema de João Pedro Mésseder, cujo título se encontra num Passaporte do Leitor


Uma nova palavra





Eu quero uma nova palavra
diferente das outras palavras
que cansei de repetir,
uma palavra de vento,
uma palavra que o tempo
seja incapaz de ferir.
Eu quero uma nova palavra,
mistura de sol e de frio,
de barcos descendo um rio,
cheia de céu e de mar.
Eu quero uma nova palavra
aberta de par em par
como o rosto de um menino
com paisagens no ouvido
e cantigas no olhar

João Pedro Mésseder
De que Cor é o Desejo? 



quarta-feira, 20 de março de 2013

Centenário do Nascimento de Ilse Losa



Ilse Losa nasceu há cem anos.

Escritora portuguesa, autora essencialmente de literatura infantil, nasceu numa aldeia perto de Hanôver, na Alemanha, a 20 de março de 1913, e faleceu a 6 de janeiro de 2006, no Porto.

Devido à sua ascendência judaica, foi perseguida pela Gestapo e teve de abandonar o seu país. Chegou a Portugal em 1934 (ano em que Hitler chega ao poder), radicando-se no Porto, cidade que se torna o seu refúgio e que a vê crescer como escritora. Casa com o arquiteto Arménio Losa e adquire a nacionalidade portuguesa.

quarta-feira, 13 de março de 2013

O Limpa Palavras

O Limpa Palavras,
Com ilustração de Danuta Wojciechowska
Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.

Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes,
outras simplesmente gastas, estafadas,
dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.

A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não pára de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papeis no ar
e é preciso fechá-la na arrecadação.

No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.

terça-feira, 12 de março de 2013

Plantar uma Floresta

A nossa floresta literária.
Quem planta uma floresta
planta uma festa.
Planta a música e os ninhos,
faz saltar os coelhinhos.

Planta o perfume das seivas e flores,
solta borboletas de todas as cores.

Planta abelhas, planta pinhões
e os piqueniques das excursões.

Planta a cama mais a mesa.
planta o calor da lareira acesa.

Planta a folha de papel,
a girafa do carrossel.

Planta barcos para navegar,
e a floresta flutua no mar.

quarta-feira, 6 de março de 2013

GEOREADING



Ao longo da semana de 25 de Fevereiro a 1 de Março, a equipa da Casa-Museu João Soares deslocou-se à escola EB 2,3 José Saraiva para realizar uma atividade intitulada Georeading: com base no Geocaching, que consiste num jogo mundial ao ar livre para utilizadores de GPS, o objetivo dos alunos do 5º ano de escolaridade, foi encontrar duas caches, isto é pequenos recipientes onde está um "tesouro", colocadas em qualquer local escondido. Pretendeu-se assim promover uma atividade realçando a ideia de caça ao tesouro, inerente ao projeto do Passaporte do Leitor.

OS DIREITOS INALIENÁVEIS DO LEITOR


Por Daniel Pennac, retirado do livro Como um Romance
Ilustrações de Quentin Blake