Uma nova palavra

Hoje, dia 21 de Março, é dia Mundial da Poesia.

Partilhamos um poema de João Pedro Mésseder, cujo título se encontra num Passaporte do Leitor

Uma nova palavra

Eu quero uma nova palavra

diferente das outras palavras

que cansei de repetir,

uma palavra de vento,

uma palavra que o tempo

seja incapaz de ferir.

Eu quero uma nova palavra,

mistura de sol e de frio,

de barcos descendo um rio,

cheia de céu e de mar.

Eu quero uma nova palavra

aberta de par em par

como o rosto de um menino

com paisagens no ouvido

e cantigas no olhar

João Pedro Mésseder

De que Cor é o Desejo? 

Centenário do Nascimento de Ilse Losa

Ilse Losa nasceu há cem anos.

Escritora portuguesa, autora essencialmente de literatura infantil, nasceu numa aldeia perto de Hanôver, na Alemanha, a 20 de março de 1913, e faleceu a 6 de janeiro de 2006, no Porto.

Devido à sua ascendência judaica, foi perseguida pela Gestapo e teve de abandonar o seu país. Chegou a Portugal em 1934 (ano em que Hitler chega ao poder), radicando-se no Porto, cidade que se torna o seu refúgio e que a vê crescer como escritora. Casa com o arquiteto Arménio Losa e adquire a nacionalidade portuguesa.

O Limpa Palavras

O Limpa Palavras,
Com ilustração de Danuta Wojciechowska

Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.

Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes,
outras simplesmente gastas, estafadas,
dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.

A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não pára de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papeis no ar
e é preciso fechá-la na arrecadação.

No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.

Plantar uma Floresta

A nossa floresta literária.

Quem planta uma floresta
planta uma festa.
Planta a música e os ninhos,
faz saltar os coelhinhos.

Planta o perfume das seivas e flores,
solta borboletas de todas as cores.

Planta abelhas, planta pinhões
e os piqueniques das excursões.

Planta a cama mais a mesa.
planta o calor da lareira acesa.

Planta a folha de papel,
a girafa do carrossel.

Planta barcos para navegar,
e a floresta flutua no mar.

GEOREADING

Ao longo da semana de 25 de Fevereiro a 1 de Março, a equipa da Casa-Museu João Soares deslocou-se à escola EB 2,3 José Saraiva para realizar uma atividade intitulada Georeading: com base no Geocaching, que consiste num jogo mundial ao ar livre para utilizadores de GPS, o objetivo dos alunos do 5º ano de escolaridade, foi encontrar duas caches, isto é pequenos recipientes onde está um "tesouro", colocadas em qualquer local escondido. Pretendeu-se assim promover uma atividade realçando a ideia de caça ao tesouro, inerente ao projeto do Passaporte do Leitor.

OS DIREITOS INALIENÁVEIS DO LEITOR

Por Daniel Pennac, retirado do livro Como um Romance
Ilustrações de Quentin Blake

22 RAZÕES PARA LER

O Limpa Palavras, com ilustrações de Danuta Wojciechowska

1. Para viver mais

2. Para parar o tempo

3. Para saber que estamos vivos

4. Para saber que não estamos sós

5. Para saber

6. Para aprender

7. Para aprender a pensar

8. Para descobrir o mundo

9. Para conhecer outros mundos

10. Para conhecer os outros

11. Para nos conhecermos a nós mesmos

12. Para partilhar um legado comum

13. Para criar um mundo próprio

14. Para rir

15. Para chorar

16. Para nos consolarmos

17. Para desterrar a melancolia

18. Para ser o que não somos

19. Para não ser o que somos

20. Para duvidar

21. Para negar

22. Para sonhar...

PARCEIROS DO PROJETO

Para este projeto, a Casa-Museu Centro Cultural João Soares conta com os seguintes parceiros e apoios:



Fundação Calouste Gulbenkian (cofinanciamento)

Município de Leiria

Biblioteca Escolar José Saraiva (Agrupamento de Escolas José Saraiva)
















Livraria Arquivo

APRESENTAÇÃO DO PROJETO AOS ALUNOS

O projeto do Passaporte do Leitor já está a ser apresentado às respetivas turmas do 5º de escolaridade da Escola José Saraiva.

Ao longo desta semana de 3 a 7 de Dezembro de 2012, os 177 alunos das 8 turmas do 5º ano vão receber um exemplar do primeiro Passaporte deste ano letivo.

Manual de instruções do projeto

Casa-Museu João Soares e a Promoção da Leitura

A Casa-Museu João Soares (CMJS) promove a leitura e o livro desde 1998, ano da inauguração da Biblioteca João Soares (BJS) que hoje dispõe de mais de 23.000 livros. Para além da Sala de Leitura Geral, tem ainda uma sala com livros juvenis.

Como surgiu o Passaporte do Leitor?
O Passaporte do Leitor (PL) é um projeto de promoção da leitura organizado pela Casa-Museu João Soares (CMJS) em colaboração com a Escola José Saraiva, no âmbito do Programa de Apoio a Projetos de Promoção da Leitura em Bibliotecas Públicas financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Com este apoio, o projeto adquiriu mais livros para a Biblioteca Escolar José Saraiva (BEJS) e para a Biblioteca João Soares (BJS)